Nós aqui do canal sempre batemos o pé contra a ideologia no âmbito da Agronomia. Hoje falaremos sobre transgênicos em um caso que envolve o Greenpeace e mais de 100 vencedores do prêmio nobel.

Mas o que é o Arroz Dourado?

Em 1999, o cientista Ingo Potrykus, professor do Swiss Federal Institute of Technology, preocupado com o quadro de mortalidade e má nutrição, resolveu criar algo classificado como impossível na época. Um arroz capaz de produzir betacaroteno, que é o precursor da vitamina A.

Ao lado de Peter Beyer, outro especialista, os dois iniciaram a pesquisa financiada pela Fundação Rockefeller no começo dos anos 90.

Em 1999, eles apresentaram o primeiro protótipo do arroz dourado, que ganhou esse nome por causa da sua cor amarelo-dourada, resultado da modificação genética do arroz.

Depois, décadas de pesquisas de campo foram realizadas pelo IRRI em conjunto com o PRRI. O objetivo era garantir que as variedades seriam capazes realmente resolver esse problema da vitamina A.

Por que a polêmica?

O alimento é um Transgênico e o Greenpeace, ao lado de outras dezenas de ONG’s acreditam que o processo deste arroz pode abrir portas para outros alimentos transgênicos dominarem o cenário.

No discurso os vencedores do Nobel falam:

“Quantas pessoas pobres no mundo devem morrer antes de considerarmos isso um “crime contra a humanidade”?”

Wilhelmina Pelegrina, ativista do Greenpeace afirmou ao jornal The Guardian  que as empresas estão promovendo arroz dourado para abrir espaço para cultivo de outros alimentos geneticamente modificados mais rentáveis.

Ela também completa dizendo que o arroz dourado não vai ajudar a suprir deficiências de vitamina A, porém não apresenta nenhum embasamento cientifico na sua fala.

Arroz dourado no combate a deficiência de vitamina A

Segundo a OMS Meio milhão de crianças ficam cegas a cada ano por causa da deficiência de vitamina A. Além disso, a OMS estima que mais de 100 mil crianças menores de cinco anos morrem todos os anos por falta desse nutriente, que compromete o sistema imunológico e causa mortalidade por doenças simples como diarréia, infecções respiratórias tratáveis entre outras.

O que os vencedores do Nobel dizem?

Em carta aberta, cientistas vencedores do premio Nobel acusam o Greenpeace de praticar um crime contra humanidade ao fazer campanha contra o arroz dourado simplesmente por ser um organismo geneticamente modificado.

A questão é que o arroz modificado é fonte de vitamina A, o que a maioria do arroz consumido no mundo, não é.

Segundo a OMS, 250 milhões de pessoas sofrem de DVA, incluindo 40% das crianças menores de cinco anos no mundo em desenvolvimento.

A falta de vitamina A é a principal causa de cegueira infantil afetando globalmente de 250.000 até 500.000 crianças por ano sendo que metade morre em 12 meses após perder a visão.

Ao decorrer da carta os redatores incitam o Greenpeace e os apoiadores a reexaminar a experiência de agricultores e consumidores em todo o mundo com culturas e alimentos melhorados através da biotecnologia, e também reconhecer devidamente as descobertas de órgãos científicos autorizados e agências regulatórias e abandonar sua campanha contra “OGMs” em geral e Golden Rice em especial.

Os cientistas defendem que o Golden Rice, que tem o potencial de reduzir ou eliminar grande parte das mortes e doenças causadas por uma deficiência de vitamina A, que segundo eles, tem o maior impacto sobre as pessoas mais pobres da África e do Sudeste Asiático.

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Bibliografia:

https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/agronegocio/216189-109-premios-nobel-acusam-o-greenpeace-de-crime-contra-a-humanidade-por-atacar-transgenicos-no-el-pais.html

https://brasil.elpais.com/brasil/2016/06/30/ciencia/1467286843_458675.html

https://cib.org.br/arroz-dourado/

https://cib.org.br/mais-de-100-premios-nobel-se-unem-em-manifesto-pro-transgenicos/